Qual adolescência é possível em uma pandemia?

Por Maria Angela Gomes, Agenda News

Publicado em 06/07/2021 16h59

Qual adolescência é possível em uma pandemia? Ilustrativa
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A vida é feita de fases! Com certeza todos nós já ouvimos essa frase e a remetemos a algum momento nostálgico de nossas vidas, não é mesmo?! Não por coincidência nossos picos de nostalgia estão geralmente relacionados a infância e a adolescência. São as fases mais breves e que deixam mais marcas ao logo da vida, principalmente a adolescência, que é o momento de descobertas, de se encarar, de descobrir o mundo e as sensações, de experimentar quem se é e quem se deseja ser. Ao mesmo tempo que é um período muito bom, também é muito intenso e por vezes angustiante, que exige, principalmente, liberdade. Acontece que em um contexto de pandemia a liberdade é extremamente limitada. Diante deste cenário a pergunta que se faz é: Qual adolescência é possível viver em uma pandemia tão longa? O que se perde? É possível sinalizar algo positivo nesse processo?

Começando pela última pergunta, devo adiantar que infelizmente, não consigo, pessoalmente, ver algo positivo em ser um adolescente entre os anos de 2020 e 2021. A adolescência, como dito anteriormente, é um momento que requer descobertas, autonomia, novas sensações. Quando tudo a nossa volta se inclina para experiências on-line em muito se perde nesse sentido, afinal, o mundo real não deve ser comparado as telas e redes sociais. Nem mesmo as aulas on-line possuem as mesmas características e funções das aulas presenciais por mais que o professor se esforce para assemelha-las. A interação no dia a dia com pessoas da mesma faixa etária, o intervalo entre as aulas em conjunto, os momentos de lazer; muito se perdeu.

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Deve-se ressaltar ainda que a adolescência é um período muito breve. Imagine um adolescente que iniciou no ensino médio em 2020. Podemos dizer que ele usufruiu de pouco mais de um mês de aulas presenciais aproximadamente do ensino médio e quando retornar a escola estará praticamente se formando.

Sendo assim, a adolescência que se torna possível na pandemia é uma adolescência mais silenciosa, mais isolada. Não há muito o que se fazer no momento a não ser encontrar espaços de diálogo e de interação mesmo que virtual. Ressalto que uma conversa que deve sempre estar em pauta é a vida atrás das câmeras. Devemos lembrá-los que o que se vê nas redes sociais não condiz com a realidade, todos nós mostramos apenas nosso melhor ângulo, nossa melhor versão. O que podemos fazer por enquanto é conversar sempre que possível e principalmente ouvir. Adolescentes possuem um turbilhão de pensamentos que precisam ser expostos. Existe um mundo sendo formado dentro deles que precisa ser explorado, e por mais que o mundo pare, o crescimento e o desenvolvimento não podem ser freados.



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