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Educação | Terça-feira

O que te faz “cringe”?

Por Maria Angela Gomes, Agenda News

Publicado em 27/07/2021 13h14

O que te faz “cringe”? Divulgação/Pfizer
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Recentemente as diferenças entre as gerações travou um embate nas redes sociais e tomou conta da internet; palavras novas (ao menos novas para alguns) surgiram como uma chuva de informação. Pessoalmente senti que se tratava de um assunto escondido em algum lugar e que só alguns poucos desconheciam: “cringe”, “millenials”, “geração Z”. O assunto, nada mais é que uma divisão entre uma geração nascida aproximadamente antes dos anos 2000 e outra após. Para alguns o assunto virou motivo de piada e até mesmo de problematização. Alguns detalhes vieram à tona na questão comportamental, nas vestimentas, nos gostos, mas penso que a discussão pode ir muito além da percepção da mudança de comportamento e do que seria considerado “brega”. Será mesmo que não somos diferentes em nosso comportamento? E será que essa diferença não tem um motivo além dos anos que nos separam?

 

Falar em diferenças entre gerações pode não ser só destacar conceitos do que se considera atual e antiquado, pode ser questionar o que de fato aconteceu em nossa história que nos separou entre um grupo e outro. Até agora pode ser que esse assunto de “cringe” tenha sido apenas uma moda temporária, mas ele realmente faz muito sentido se pensarmos em pessoas que nasceram diante de tecnologias mais avançada e outros não. Será que nascer na tecnologia e não ter que descobri-la, não faz de nós seres diferentes, com outra percepção de mundo, de praticidade, de vida?

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Particularmente posso dizer que com meus quase trinta anos participei do avanço ao acesso a tecnologia. Usei disquete, fiz curso de informática básico para aprender a ligar o computador, assisti o avanço da internet discada para os modens e enfim para o wi-fi; acompanhei o avanço do aparelho celular utilizado apenas para ligação, posteriormente para SMS e para internet. O que quero dizer com todos esses exemplos e muitos outros que poderia mencionar de forma nostálgica, é que me sinto uma geração de transição, uma geração que cresceu à medida que a tecnologia avançava e foi aprendendo, se adaptando na medida do possível.

 

Adaptação talvez seja a palavra que define nossas diferenças. Atualmente produzimos mais informação em 24 horas do que toda a humanidade produziu em milhares de anos. Tudo está em constante movimento e mudança e seguimos nos adaptando. Nos adaptamos aos novos aplicativos, a nova forma de trabalhar, de estudar de levar a vida, mas será que toda essa corrida para adaptação não tem deixado alguns pelo caminho? É possível se adaptar a tudo?

 

A grande questão é se crescer em meio a tecnologia e ter que se adaptar ao seu surgimento não mudou nosso comportamento, nossas preferencias, nossa velocidade em relação a vida. Qual é o mundo que as crianças estão encontrando quando se percebem como seres humanos? Para onde estamos caminhando? São muitas perguntas sem resposta, mas que precisam ser feitas. Analisar o mundo a nossa volta também é parte do nosso crescimento.



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Maria Angela Gomes

Petropolitana, professora de História, mestranda em História Social e atua na área de educação há 04 anos com reforço escolar e educação multidisciplinar. Redes Sociais: Facebook Instagram