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Educação | Terça-feira

Retorno as aulas da educação infantil e saúde mental na primeira infância

Por Maria Angela Gomes, Agenda News

Publicado em 18/10/2021 16h09

Retorno as aulas da educação infantil e saúde mental na primeira infância Divulgação/PMSP
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O dia 10 de outubro é considerado o dia internacional para a educação, conscientização e defesa da saúde mental global contra o estigma social, e nada mais adequado do que falarmos de saúde mental para crianças que estão neste momento vivenciando o retorno as aulas, afinal, por mais que elas sejam resilientes e se adaptem aos ambientes com uma facilidade maior do que adultos, elas também sofreram e sofrem o impacto da pandemia. 

Antes de mais nada precisamos reconhecer dois fatores que foram altamente impactantes para as crianças durante o período de afastamento da escola: em primeiro lugar está o que chamamos de “ecologia da aprendizagem”, ou seja, alunos que estavam, bem ou mal, já adaptados ao ambiente escolar foram brutalmente arrancados do seu habitat natural sem aviso prévio de quanto tempo levariam para retornar. Em segundo lugar, na modernidade, nunca houve um período de afastamento da escola tão grande quanto o que vivenciamos. 

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Durante esse período de afastamento houve alguns fatores que influenciaram diretamente na saúde mental das crianças e precisamos apontá-los a fim de compreender as inúmeras reações que elas terão neste retorno. Crianças precisaram conviver com a ideia de estar em casa fora do período de férias ou de final de semana assimilando que estar em casa não significava estar isento das responsabilidades escolares. Outra assimilação que precisou ser feita foi o fato de ter os pais por perto não significar ter a atenção deles, pois muitos aderiram ao trabalho em home office. Ao mesmo tempo que essas assimilações são difíceis para eles, muitos pais também não conseguiram associar que as atividades propostas pela escola em formato on-line não eram as mesmas propostas no dia a dia da criança, afinal, a realidade dentro das salas de aula são extremamente diferentes da realidade de uma aula on-line. Da mesma forma, assim como crianças não se sentam em uma sala de aula e obedecem aos comandos do professor sem se distrair, conversar, levantar, em uma aula on-line não se pode esperar que a criança se sente diante de um computador e realize todas as tarefas solicitadas sem nenhum tipo de movimentação. O sentimento dos pais muitas vezes era de frustração e muitos não entenderam e ainda não entendem que a educação está para além das atividades, mas na autonomia, na compreensão da necessidade em elaborar o que está sendo proposto, em interagir. 

Por fim, precisamos falar sobre como essas crianças precisarão assimilar ainda que retornar à escola não é retornar para a mesma escola, porque ela estará diferente. Crianças são extremamente táteis, ou seja, elas precisam do toque para se expressar, por isso é comum que elas tenham a necessidade de abraçar, beijar, encostar. Diante de tantas mudanças, tantas demandas, a única coisa que podemos pedir é sensibilidade, atenção e cuidado com a saúde mental de todos, mas especialmente das crianças, afinal, é na infância que muitas questões estão se formando de forma neurológica e psíquica e por mais que elas sejam reversíveis em algum momento da vida, poupamos muito sofrimento quando cuidamos de cada um com cautela e amor.



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Maria Angela Gomes

Maria Angela Gomes

Petropolitana, professora de História, mestranda em História Social e atua na área de educação há 04 anos com reforço escolar e educação multidisciplinar. Redes Sociais: Facebook Instagram