Pop Fun Entrevista o músico e ator Filipe Bragança

Pop Fun: Olá, Filipe! Seja bem-vindo, ao Pop Fun! Tudo bem? Muito obrigado por nos atender.

Filipe Bragança: Eu que agradeço pelo espaço para poder falar sobre meus trabalhos, e da alegria que foi participar do seriado DOM.

PF: Simbora então! Dom toca num ponto extremamente delicado que é o combate às drogas e o tráfico, porém, com o foco voltado para o drama de um dependente químico, que sucumbe à este mal e arrasta todo seu universo familiar junto dele. Qual foi sua reação ao saber que este seria o tema da série, e que lição podemos tirar dela?

FB: É um tema extremamente chamativo para qualquer ator ou atriz, pois, quando bem dirigido e escrito conta para nossas atuações, como foi para mim, o Gabriel, o Flávio e os demais. Fiquei muito feliz ao saber que era algo complexo, indo além do clássico polícia e ladrão. O drama familiar torna a série mais relevante e identificável à muitas histórias. As atuações impecáveis da Laila Garin e da Mariana Cerrone, evidenciam muito tudo isso.

Sobre as licções; são inúmeros. Ela humaniza, mas não legítima Pedro Dom e suas ações, de fato, um bandido, um criminoso, mas que tinha família, irmã, amigos. Um ser humano como outro qualquer. No combate às drogas, tiro como lição, a vida do próprio Victor, que o Breno conheceu, e que, já em seus momentos finais, dizia que talvez a melhor saída fosse de legalizar certas substâncias, pois este embate iniciado nos anos 70, e arrastado até hoje, esteja sendo combatido de forma equivocada, e algo precisa mudar nessa história. A série discute isso de forma relevante, inclusive, com o racismo estrutural contado dentro estereótipo do bandido branco e bem-apessoado, que passava facilmente por locais onde outros não conseguiriam.

PF: Bom, você teve a década de 70 toda para chamar de sua, nas origens da vida de Victor, mas, obviamente, ficou de fora da ação ao fim dos anos 90 e início de 2000. Como foi pra você ter uma "festa" pra sia, e ter de "abrir" outra nessa mudança de período?

FB: O bacana da série é isso, poder ir e voltar. Quebra o tom, pois certos momentos da vida do Pedro são excelentes, mas pesados. Vide o episódio 5, por exemplo. Ajuda a manter o ritmo. Essa mudança mostra a ambição e refinamento da produção, ao poder passear por tais períodos, com figurinos e modelos diferentes. Eu só abracei essa viagem. (Risos)

PF: Dada sua carreira musical, gostaríamos de saber; qual a impressão que a trilha do seriado deixou sobre você?

FB: Boa! É interessante, porquê uma boa trilha num filme ou série é deveras importante. Adoro trilhas de filmes, games, etc, e sei como uma boa trilha conduz uma boa cena e a faz funcionar. Não apenas as músicas, as canções excelentes dos anos 70, anos 200, os Funks. Não sei se vocês conhecem Sigur Rós, mas é uma banda que qualquer música deles fica melhor na cena. E a trilha sonora original instrumental é linda e sofisticada. A marca que me deixou foi de algo de extremo bom gosto e qualidade, completa e sensível, dialogando com as épocas da série. Estou ávido pelo lançamento da trilha sonora original da série. Gosto demais!

PF: Filipe, você neste momento atua em outra produção, porém, invisível às câmeras, estando apenas audível ao público. Como é este seu primeiro trabalho como dublador e os desafios?

FB: Cara, é muito legal! Tive a sorte e felicidade de participar dessa produção do Alberto Avellar, onde faço a voz do Abá. Uma animação feita entre 2 e 3D, em conjunto com a Carol Valença, (dubladora da Abby em The Last of Us 2). É muito colorida, numa pegada meio Pixar, onde vivemos frutas, e eu sou um abacaxi nesse pomar. Ele não quer ser rei, e se rebela contra seu pai, o atual rei. Isso faz surgir conflitos e temas importantes para adultos e crianças, mas de uma maneira charmosa. Uma animação 100% nacional, que também terá canções na trama. E fiquei muito feliz com isso. Um privilégio poder fazer parte disso.

PF: Que conselhos, dicas e orientações você pode dividir com àqueles que anseiam em seguir os caminhos da arte cênica?

FB: Prmeiro de tudo: entender o propósito. Saber porquê fazemos o que fazemos como atores. O quê anseamos ganhar com isso na carreira? Para chegar à este ponto, é preciso consumir de tudo um pouco, nacional ou internacional, para ajudar a moldar que tipo de ator ou atriz você quer ser, aprendendo cada vez mais assistindo outros que lá estão. Ressalto, também, a importância de saber trabalhar em equipe, qualquer ela que seja. Teatro ou cinema, onde cada um desempenha um papel, que conta muito para o todo da obra. Este tipo de humildade é fundamental.

PF: O título de galã; chegou cedo, você rejeita, ou é justo?

FB: Eu não vejo problema em ser galã. Desde que a produção valorize meu trabalho antes. (Muitos risos)

PF: Filipe, agradecemos muito pela sua generosidade em nos atender, e ficamos cada vez mais na torcida para que possa brilhar diante das câmeras e nos palcos.

FB: Eu que agradeço à vocês pelo convite, e por produzirem um conteúdo tão bacana sobre Dom, e dar espaço ao nosso trabalho. É muito importante ter este suporte e valorização daquilo que fazemos. Nos vemos em breve.

Em breve, uma entrevista exclusiva do ator para o Pop Fun TV. Filipe Bragança pode ser achado pelo Instagram pelo @filipe_bragança.

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Cultura e Entretenimento, por Edgar Borges | Sexta-feira