Arthur Varella: Petrópolis se despede de um ícone da cultura e das artes

O velório será realizado a partir das 10h, na Capela C da funerária Oswaldo Cruz, e o sepultamento está marcado para as 16h30, no Cemitério Municipal de Petrópolis.

Nascido em 5 de março de 1948, filho de imigrantes — o pai português e a mãe descendente de italianos — Arthur demonstrou desde cedo talento para as artes. Iniciou-se no desenho e na pintura, com orientação do mestre Jordi Massansalvador, produzindo ao longo da vida uma impressionante coleção com mais de 400 obras. Seu estilo era o figurativo experimental, sempre em busca da emoção por trás da imagem.

Aos 18 anos, teve o primeiro contato com o teatro graças ao professor Maurício Cardoso, que o inseriu no primeiro grupo estudantil da cidade. A partir daí, iniciou uma brilhante trajetória como ator e diretor, com participação em mais de 60 montagens teatrais, duas novelas da TV Globo e inúmeras premiações.

Também deixou sua marca no Carnaval, sendo enredista e carnavalesco por mais de 30 anos em Petrópolis, além de ter dois enredos seus levados à Marquês de Sapucaí, no Rio de Janeiro.

Servidor público dedicado, atuou por quase três décadas como Diretor Legislativo da Câmara Municipal e também teve importante papel em órgãos municipais de cultura. Um dos seus projetos mais queridos foi a Parada Iluminada, desfile natalino que emocionou milhares de pessoas na Rua do Imperador, com sua última edição em 2019.

Até recentemente, seguia atuando como diretor cênico e professor de teatro do Grupo Dó Ré Mi, incentivando jovens talentos com a mesma paixão que o moveu por toda a vida.

Arthur era casado há 40 anos com a jornalista Marilízia de Azevedo Varella Guedes, e deixa uma filha, Claudia Varella, e uma neta, Ana Luisa Varella Montenegro.

Amava viajar, conhecer novas culturas e conversar com os amigos — que considerava seu bem mais precioso. Embora reconhecesse as dificuldades da cidade, mantinha um amor incondicional por Petrópolis, onde construiu sua história.

Sua partida deixa um vazio imenso na cultura petropolitana, mas seu nome permanecerá vivo em cada palco, em cada quadro e em cada memória de quem teve o privilégio de conviver com ele.

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