Dia do Professor: os impactos da pandemia na educação pública

Por Bruna Nazareth, com supervisão de Janaina do Carmo, Agenda News - Petrópolis

Publicado em 15/10/2021 14h08 - Atualizado em 15/10/2021 14h08

Dia do Professor: os impactos da pandemia na educação pública Divulgação/Governo de São Paulo
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Falta de recursos digitais, dificuldade de aprendizagem e o impacto da saúde mental nas crianças, jovens e professores foi um dos cenários da educação pública neste momento de pandemia da covid-19. Milhares de estudantes ficaram sem acesso ou tiveram o acesso limitado à educação. Os que vivem em zonas rurais, as famílias de baixa renda, os deficientes e pessoas que precisam de acompanhamento especial foram os mais afetados por não terem aparelhos tecnológicos e acesso à internet. 

Para a professora de Ensino Infantil, Zinda Dias, de 48 anos, que leciona na Escola Municipal Odette Young Monteiro, em Corrêas, os maiores desafios de ensinar os alunos é o acesso à internet e garantir a presença dos estudantes nas aulas remotas. “O meu público alvo são crianças de cinco anos e o desafio é o acesso à internet e também a assessoria dos responsáveis, para que as crianças façam as atividades e acessem as aulas. Muitos dos meus alunos ficam com os avôs, que não tem muita paciência ou que não sabem lidar com a tecnologia. De uma turma de 20 alunos só cinco participam, isso no ano de 2021”, contou Zinda. 

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A professora ressalta que o ensino público está sendo muito mais prejudicado do que o particular, uma diferença na educação que já era observada antes mesmo da covid-19. “As crianças das escolas públicas foram muito prejudicadas, pois a maioria delas não tem acesso ao computador e à uma internet de qualidade, o que é diferente em relação as escolas privadas”, frisou Zinda. 

Para o aluno Matheus Nery, de 17 anos, que estuda no 3º ano do Ensino Médio do Colégio Estadual Princesa Isabel, a adaptação ao ensino remoto foi fácil. “Digo que foi fácil porque sou ‘privilegiado’ por possuir os equipamentos necessários (celular, computador, internet) e um ambiente propício para estudar em casa” , ressaltou Matheus. Apesar de encontrar poucas dificuldades em acompanhar as aulas, ele conta que ainda prefere o ensino presencial. 

Se no ensino presencial ter a atenção do aluno já era complicado, no ensino remoto é bem mais difícil. Para mudar essa situação e tentar fazer com que os alunos possam aprender e manter o foco, os professores tiveram que procurar alternativas. “Confesso que nessa pandemia nós nos reinventamos enquanto professor e enquanto educador. Nosso atendimento é feito pelo Whatsapp, não posso gravar vídeos muito pesados, pois a internet dos meus alunos não abre os vídeos. Então nós utilizamos histórias, músicas e fazemos questionamentos sobre as atividades produzidas. Os que possuem a atenção dos pais e acesso à internet gostam bastante das atividades e ficam bem ansiosos para o começo das aulas”,  afirmou Zinda. 

Para Matheus manter a concentração nas aulas é a parte mais difícil. “Para que fosse possível manter a atenção e a concentração durante as aulas conversei com os professores e pedi para que as aulas fossem mais rápidas e diretas ao ponto, para que não houvesse um desvio de atenção”, contou o estudante.

A nova rotina de ensinar tornou o dia a dia de um professor bem mais sobrecarregada e exaustiva nesse período. “Eu estou lidando com crianças há quase 20 anos e de repente eu me vi planejando tudo online. Foi uma rotina muito pesada, pois 70% do trabalho passou a ser pelo computador, ou seja, tudo eu faço no computador, sempre atualizando a plataforma e fazendo as aulas pelo Whatsapp. Foi e é uma rotina muito pesada, que cansa e que é  muito estressante, pois cada hora é uma mudança. É um desgaste físico, mental e emocional”, concluiu Zinda. 

15 de Outubro é o Dia do Professor

O dia 15 de outubro foi escolhido para comemorar o dia do professor, pois em 15 de outubro de 1827, Dom Pedro I, Imperador do Brasil, decretou uma Lei Imperial responsável pela criação do Ensino Elementar no Brasil (do qual chamou “Escola de Primeiras Letras”), e através deste decreto todas as cidades deveriam ter suas escolas de primeiro grau.

A comemoração, no entanto, começou em São Paulo, onde quatro professores tiveram a ideia de organizar um dia de parada para celebrar esta data, e também traçar novos rumos para o próximo ano.

Esta data foi oficializada nacionalmente como feriado escolar através do Decreto Federal nº 52.682, de 14 de outubro de 1963.



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