Mês da mulher: desafios e demandas de equidade de gênero
Por Redação, Agenda News
Publicado em 04/03/2024 20h08 - Atualizado em 04/03/2024 20h13
© Elza Fiuza - EBC
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O equilíbrio entre a carreira e a maternidade sempre foi um desafio para as mulheres, e os números e realidades atuais destacam a urgência de abordar essas questões. Com o mês da mulher em foco, é crucial destacar os desafios enfrentados pelas mulheres mães e as demandas essenciais para promover a equidade de gênero no ambiente de trabalho.
Uma análise crua revela as discrepâncias entre as expectativas da maternidade e as estruturas sociais e corporativas existentes. Desde o tempo de licença maternidade até a logística das creches e os horários de trabalho, as mulheres enfrentam obstáculos significativos para equilibrar suas responsabilidades profissionais e familiares. Com um tempo de amamentação exclusiva recomendado de seis meses e uma licença maternidade de apenas quatro meses, somado ao curto período de licença paternidade, a carga recai desproporcionalmente sobre as mães. As férias escolares prolongadas também podem ser um desafio, bem como os horários de creche que não se alinham com os horários de trabalho. Essas discrepâncias mostram um desequilíbrio sistemático que precisa ser abordado urgentemente.
O fenômeno do "degrau quebrado" representa uma série de barreiras que prejudicam a progressão das mulheres em direção a cargos de liderança. Muitas vezes, essas barreiras estão associadas à maternidade, com gestores perpetuando preconceitos e estereótipos em relação à capacidade das mulheres de conciliar trabalho e família. Essa realidade não apenas prejudica as mulheres individualmente, mas também afeta as metas de diversidade e inclusão das empresas, incluindo aquelas relacionadas à ESG (Environmental, Social and Governance).
A pandemia destacou a necessidade urgente de flexibilidade no local de trabalho. Com o retorno gradual ao trabalho presencial, muitos profissionais com filhos enfrentam desafios significativos para conciliar suas responsabilidades familiares com as exigências do trabalho. Uma pesquisa recente realizada pela Filhos no Currículo em parceria com o Infojobs revelou que a flexibilidade no trabalho é o benefício mais desejado por pais e mães que trabalham em empresas. Isso inclui modelos de trabalho flexíveis, auxílio creche ou babá, programas de bem-estar e licenças estendidas para figuras maternas e paternas.
Dados recentes do IBGE destacam a disparidade na distribuição de responsabilidades domésticas, com milhões de mulheres optando por não trabalhar ou estudar para cuidar dos filhos e da casa. Essa economia do cuidado tem um impacto significativo na participação das mulheres no mercado de trabalho e na progressão de suas carreiras. É essencial reconhecer e valorizar o trabalho invisível das mulheres e implementar políticas e programas que apoiem as mães que desejam conciliar trabalho e família.
Diante desses desafios, a Filhos no Currículo continua sua missão de promover uma cultura de equidade de gênero e bem-estar parental nas empresas. Com uma abordagem que abrange sensibilização, consultoria e engajamento, a organização busca criar ambientes de trabalho mais inclusivos e acolhedores para todos, independentemente de suas responsabilidades familiares. Como destacado por Michelle Levy Terni, CEO da Filhos no Currículo, a equidade de gênero e a valorização do papel parental são fundamentais para o progresso das organizações e da sociedade como um todo.
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