Sono em risco: mais de um terço dos brasileiros com distúrbios
Exame que mapeia batimentos, respiração e oxigenação pode evitar complicações cardíacas
Por Redação, Agenda News - Petrópolis
Publicado em 15/09/2025 19h57

Por Redação, Agenda News - Petrópolis
Publicado em 15/09/2025 19h57
Levantamentos nacionais apontam que mais de um terço dos brasileiros apresenta algum distúrbio do sono. No Rio de Janeiro, hospitais públicos e privados oferecem exames especializados, como a polissonografia, para identificar condições que nem sempre são percebidas pelo paciente. Entre 2018 e 2022, a rede estadual registrou mais de 1.500 internações relacionadas à apneia do sono, 305 somente em 2022, segundo dados da Secretaria de Saúde do Estado.
Para o cardiologista e clínico geral Dr. Aloísio Barbosa Filho, os sinais de alerta não devem ser ignorados. “O corpo costuma nos dar vários sinais de alerta: sonolência excessiva durante o dia, dificuldade de concentração, dor de cabeça matinal, acordar várias vezes à noite ou com sensação de sufocamento, além de irritabilidade e queda no rendimento físico e mental. Todos esses sintomas não devem ser ignorados”, explica.
O médico destaca que a polissonografia revela aspectos que o relato do paciente não consegue mostrar. “A polissonografia é um exame capaz de ‘mapear’ o sono em detalhes. Ela registra os batimentos cardíacos, a oxigenação do sangue, os movimentos respiratórios e até a intensidade do ronco. Muitas vezes o paciente relata apenas que dorme mal, mas o exame consegue identificar distúrbios ocultos, como apneia do sono, arritmias ou quedas na saturação de oxigênio que a pessoa nem percebe.”
Segundo o Dr. Aloísio, a qualidade do sono tem impacto direto na saúde cardiovascular. “Um sono ruim, especialmente quando há apneia, sobrecarrega o organismo. A falta de oxigenação adequada durante a noite aumenta a pressão arterial, favorece a inflamação nos vasos sanguíneos e pode levar a arritmias. A consequência é um risco maior de hipertensão, infarto, AVC e insuficiência cardíaca. Dormir bem é tão essencial para o coração quanto praticar atividade física ou manter uma alimentação equilibrada”, afirma.
O especialista também chama atenção para o ronco e para a sensação de acordar cansado. “O ronco não deve ser banalizado. Embora possa ser apenas um incômodo social, muitas vezes ele é o primeiro sinal de apneia obstrutiva do sono, condição em que as vias aéreas se fecham repetidamente durante a noite. Isso compromete o sono e sobrecarrega o coração. Portanto, quem ronca frequentemente deve procurar avaliação médica”, orienta. “Acordar cansado não é normal. Se isso acontece de forma recorrente, significa que o sono não está sendo reparador. É como se o corpo nunca conseguisse ‘recarregar as baterias’. Essa fadiga contínua aumenta o risco de doenças metabólicas, cardiovasculares e até de acidentes no trabalho ou no trânsito.”
Com o objetivo de oferecer esse tratamento de forma especializada no interior do Rio de Janeiro, o médico já implementou em seu atendimento o exame, que se apresenta como ferramenta de diagnóstico importante para a população fluminense. “Os impactos vão muito além do cansaço. A longo prazo, os distúrbios do sono favorecem hipertensão, obesidade, diabetes, depressão, perda de memória e problemas cardiovasculares graves. Ou seja, negligenciar o sono é abrir caminho para uma série de doenças crônicas”, diz o Dr. Aloísio.
O médico reforça que hábitos simples, como horários regulares, ambiente silencioso e redução de estimulantes antes de dormir, já ajudam, mas sintomas persistentes exigem avaliação profissional. “O sono não é luxo, é necessidade vital. Cuidar do sono é cuidar do coração, do cérebro e de todo o organismo. Se houver sinais de alerta, como ronco frequente, pausas na respiração, sonolência diurna ou cansaço constante, procure um médico e não adie a investigação. Prevenir é sempre melhor do que tratar”, conclui.
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