Uma em cada quatro pessoas que sofrem fratura no quadril morrem no pós-operatório

Segundo a International Osteoporosis Foundation, no Brasil, 200 mil mortes por ano são resultantes dessas fraturas

Por Redação, Agenda News

Publicado em 15/10/2022 10h07

Uma em cada quatro pessoas que sofrem fratura no quadril morrem no pós-operatório ABRASSO Osteoporose Quadril - Ilustração
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De acordo com a IOF (International Osteoporosis Foundation, ou Fundação Internacional de Osteoporose, em tradução livre do inglês), uma em cada quatro pessoas que sofrem fratura de quadril morre no período pós-operatório, que varia de seis meses e um ano. O órgão aponta que, no Brasil, cerca de 200 mil mortes por ano resultam dessas fraturas. Elas não estão diretamente ligadas à quebra do osso, mas, sim, a complicações como pneumonia, infecções e problemas cardíacos.

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“Entre os que sobrevivem, metade perde independência. As fraturas costumam ser provocadas por osteoporose, doença que causa perda de massa óssea. A condição afeta perto de 10 milhões de brasileiros. Métodos preventivos devem ser usados, pois evitam lesões, melhoram a saúde e garantem qualidade de vida às pessoas”, explica Francisco José Albuquerque de Paula, endocrinologista da USP (Universidade de São Paulo) de Ribeirão Preto (SP) e presidente da ABRASSO (Associação Brasileira de Avaliação Óssea e Osteometabolismo).

Em pessoas com osteoporose, qualquer pequena queda pode resultar em fratura. Segundo a ABRASSO, cerca de 30% dos adultos acima de 65 anos caem anualmente, e 15% sofrerão lesões. A OMS (Organização Mundial da Saúde) indica que uma em cada duas mulheres terá quebra de osso, e que ocorrem cerca de nove milhões de fraturas, globalmente, por ano.

“Além do envelhecimento natural, há fatores que aumentam o risco de quedas. Entre eles, certos medicamentos usados para tratar ansiedade e depressão, Alzheimer, ocorrências como AVC (Acidente Vascular Cerebral), distúrbios neurológicos e até questões mais simples, como ambientes inseguros, histórico de quedas, entre outros”, ressalta o endocrinologista.

 

Prevenindo quedas

A fratura óssea pode trazer graves riscos à saúde, principalmente em questões como limitação física, dependência, depressão, etc.. A prevenção a quedas se mostra necessária. A recomendação inicial é ir a um médico especialista, mencionar como, quando e onde elas acontecem, quais medicamentos usa e, aí, receber as orientações cabíveis para cada caso.

Muitas vezes ignorada, a visão é peça principal na prevenção a quedas. Ir ao oftalmologista ao menos uma vez no ano, para garantir que as lentes estejam com graduação adequada, faz a diferença. Calçados confortáveis e estáveis são fundamentais, de preferência aqueles com base larga e antiderrapantes. Exercícios físicos também são bem-vindos. A prática diária fortalece o corpo e proporciona mais equilíbrio. Caminhar, por exemplo, é uma das atividades indicadas, pois traz, além de condicionamento físico e disposição, mais confiança.

 

Segurança em casa

Como grande parte das fraturas por osteoporose acontece durante tarefas do cotidiano, é fundamental ter uma casa segura, fazendo algumas pequenas alterações. Na cozinha, a altura máxima de armários e prateleiras não deve passar de 1,60m, para facilitar o acesso. O micro-ondas deve estar a uma altura de 1,30m, com uma prateleira ao lado para apoiar pratos. Lavar louças e passar roupas enquanto está sentado é menos cansativo e reduz os riscos de queda.

Também é recomendado evitar escadas, porém, se não for possível, colocar fitas antiderrapantes na borda dos degraus melhora a aderência e sinaliza o limite do chão. Uma fita de led abaixo do corrimão ajuda a iluminar e não causa ofuscamento. Uma cama mais alta facilita na hora de deitar e levantar. Barras de apoio nos banheiros, pisos antiderrapantes e móveis com pontas arredondadas são outras medidas importantes.

 

Congresso sobre osteoporose

Para discutir variados temas do metabolismo ósseo, incluindo a prevenção a quedas e fraturas, a ABRASSO realizará, em 2022, o 10º BRADOO (Congresso Brasileiro de Densitometria, Osteoporose e Osteometabolismo), no Windsor Oceânico Hotel, na Barra da Tijuca, no Rio de Janeiro (RJ), de 19 a 22 de outubro. Participarão médicos especialistas do Brasil e do exterior, que divulgarão trabalhos científicos e discutirão novas diretrizes sobre as doenças ósseas.

O congresso terá mais de 20 temas, apresentados por endocrinologistas, ortopedistas, reumatologistas, ginecologistas, geriatras, fisiatras, nutricionistas, fisioterapeutas, educadores físicos e profissionais de áreas que “conversam”, direta ou indiretamente, com o metabolismo ósseo. Confira todos os tópicos em www.bradoo.com.br.

“Por conta da pandemia, decidimos adiar o congresso e fazê-lo no segundo semestre de 2022. A data coincidirá, propositalmente, com o Dia Mundial de Prevenção e Combate a Osteoporose, celebrado no dia 20 de outubro. O BRADOO reúne sempre os maiores especialistas em saúde óssea do Brasil e do mundo”, conclui o endocrinologista e presidente do congresso, João Lindolfo Borges.

 

Sobre a ABRASSO

A ABRASSO representa a união das três principais sociedades médicas dedicadas ao estudo da osteoporose e do osteometabolismo no Brasil: SBDENS (Sociedade Brasileira de Densitometria Clínica), SOBEMOM (Sociedade Brasileira para Estudo do Metabolismo Ósseo e Mineral) e SOBRAO (Sociedade Brasileira de Osteoporose).

Criada em 2011, a ABRASSO conta hoje com cerca de 1.500 associados de diversas especialidades médicas, além de outros profissionais da área da saúde que, juntos, têm a missão de difundir o conhecimento científico, estimular o ensino e a pesquisa e realizar ações preventivas de saúde óssea junto ao público leigo.



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