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Educação | Terça-feira

Precisamos voltar a falar de analfabetismo

Por Maria Angela Gomes, Agenda News

Publicado em 20/04/2021 09h41

Precisamos voltar a falar de analfabetismo Ilustrativa
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Segundo os dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) de 2020, o analfabetismo no Brasil, ainda que mantenha a queda que observamos nos últimos anos, contabiliza cerca de 11 milhões de pessoas sem ler e escrever com 15 anos ou mais. E você pode questionar: se os números estão caindo com o que devemos nos preocupar? Nossa preocupação com o analfabetismo, em um mundo “pandêmico” - termo que me permito utilizar uma vez que as mazelas causadas pela pandemia de 2020 não serão tão brevemente reversíveis para educação - é justamente o que se fará com aqueles que estão apartados do meio escolar, em diversas classes, meios, possibilidades, mas não somente por questão de alfabetização e sim de alfabetização da forma correta, alfabetização no sentido de ler, compreender, interpretar, e não de juntar as letras.


A educação é a base da construção de olhares sobre a vida e não se dá apenas no ambiente escolar; contudo, o letramento é um instrumento e um processo importante para percepção e construção de nossa identidade, ainda que, ressalto, não seja o único. Ou seja, a alfabetização é um importante divisor de águas na vida de um indivíduo e precisamos compreender que se feita de uma maneira incoerente com o processo de cognição e capacidade de absorção, pode apresentar problemas que futuramente serão difíceis de reverter. Acompanhar uma criança no processo de alfabetização requer paciência, técnica e conhecimento.

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Compreende-se que com as escolas fechadas muitas famílias anseiem pela alfabetização no tempo certo e que precisamos admitir, as aulas online não contemplam a todos os estudantes. O que se pode fazer neste momento é compreender que a as letras são apenas parte do que precisamos para nos comunicar, compreender e ser compreendido, mas a arte, a comunicação, a mídia, tudo faz parte de um universo de códigos em que estamos inseridos e nada deve se sobrepor.

 

Os tempos são difíceis e a incerteza do amanhã é um grande mal para todos, mas hoje, se há algo que podemos fazer é olhar para o mundo com outros olhos, perceber que a leitura é de suma importância e virá da forma certa e no momento certo - esperamos que para todos, afinal é um direito de todos -, mas enquanto isso observar que nossa velha escola conteudista que só pensa em letramento perde muito para uma sociedade que se lamenta por ela enquanto anseia por diversas formas de comunicação que podem e devem ser exploradas igualmente.



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Maria Angela Gomes

Maria Angela Gomes

Petropolitana, professora de História, mestranda em História Social e atua na área de educação há 04 anos com reforço escolar e educação multidisciplinar. Redes Sociais: Facebook Instagram